As redes sociais

não existem apenas 

para se manter contatos com amigos ou fazer novas amizades. 

A forma como você as utiliza 

tanto pode fazer você crescer profissionalmente

como pode acabar com sua carreira:

tudo dependerá dos cuidados que você tomar.

Muitas pessoas utilizam o Facebook, o Twitter, o Orkut, etc., como se fossem simplesmente instrumentos de relacionamento entre amigos, parentes, etc. No entanto, as redes sociais (ou "sites sociais", ou ainda "sites de relacionamento") são muito mais do que isto. Elas são excelentes oportunidades para as pessoas mostarem seus talentos, seus níveis de informação sobre coisas importantes que acontecem no mundo, etc. Entretanto, muitos usuários, especialmente os jovens e adolescentes, desperdiçam essas oportunidades, postam o que não poderiam nem deveriam postar e, o que é extremamente perigoso: fazem contatos com pessoas que nem sabem quem realmente são. É preciso ter cuido ao escolher contatos, estebelecendo conexões com pessoas que você possa ter certeza de quem são, preferencialmente quem você realmente conhece.

Não são somente os jovens e adolescentes que cometem displicências nas redes sociais. Muita gente adulta também as comete, postando fotografias mostrando residências e o que existe dentro delas, etc. Nas redes sociais, como em qualquer espaço na intenet, o que PODE ser evitado PRECISA ser evitado. Elas não existem para o usuário mostrar ou dizer onde ele mora ou o que possui, nem para publicar coisas do tipo "Oba, hoje já é sexta-feira" ou "Puxa, hoje já é segunda-feira". Isto é quase como pedir para ser assaltado ou para ser demitido (veja o artigo anterior). O usuário também deve evitar de falar mal de seu próprio emprego e de outras pessoas, mesmo que faça isto numa mensagem particular a alguém de sua confiança. Quando você fala mal de alguém, seja pela internet, por telefone ou pessoalmente, a pessoa com quem você fala provavelmente pensará que se você fala mal de outras pessoas a ela, falará mal dela  a outras pessoas. Ou seja, ela deixará de confiar em você, e muito provavelmente dirá a outros amigos que você costuma falar mal das pessoas, embora lhe jure que não comentará a ninguém o que você lhe contou. Isto poderá ser muito perigoso para sua profissão e sua relação com as pessoas através das redes sociais e fora delas.

 Verdadeiros objetivos e perigos

Os verdadeiros objetivos das redes sociais se tornaram mais claros a partir de 2009, quando o Facebook passou a ter mais de 300 milhões de afiliados. Hoje mais de 750 milhões de pessoas no mundo utilizam essa rede, e esse número cotinua a crescer. Entre seus usários estão pessoas físicas de diversas faixas etárias e pessoas jurídicas (empresas públicas e privadas, órgãos governamentais, ONGs, etc.). O mesmo acontece com o Twitter, o Orkut, o LinkedIn, etc. Isto quer dizer que, rapidamente, esses sites estão deixando de ser apenas "redes sociais" e se transofmando em serviços de utlidade social, profissional e de negócios. São excelentes ferramentas de comunicação com recursos para áudio, textos e vídeos que, dependendo da forma como são usados, tanto podem ajudar o usuário a obter sucesso em seus empreendimentos como podem trazer sérios prejuízos: isto dependerá de sua habilidade e de seu nível de responsabilidade no uso da rede. 

"No Twitter, tem gente que só falta dizer o que foi fazer no banheiro." - disse uma usuária num comentário num blogue. E ela tem razão. Isto está acontecendo, e muito, em todas as redes sociais. Em dois casos recentes ocorridos recentemente em São Paulo, duas pessoas postaram fotografias de suas residências no Facebook, e as deixaram configuradas como "público" - o que permitia que qualquer usuário do site as visse. Uma delas - um rapaz de 16 anos - publicou também fotografias dos objetos que possuía (aparelhos de som, etc.). A outra acrescentou no comentário que estava em férias (o que, em casos assim, faz com que muitas pessoas imaginem que o usuário não esteja em casa, tenha feito uma viagem). Resultado: as duas residências foram assaltadas. É como eu já disse: na internet, o que PODE ser evitado TEM que ser evitado. 

A exposição de fotos e de informações que não interessem a outras pessoas sempre colocam o usuário, seus familiares e seus amigos em riscos muito perigosos. Exponha no seu perfil informações importantes sobre algo que foi relatado num telejornal, num jornal, revele seus conhecimentos profissionais, demonstre conhecimentos sobre coisas interessantes que acontecem no mundo, comprove que você é uma pessoa sempre bem informada social, política e profissionalmente. Não informe nas redes sociais que você tem um smartphone, um PC ou notebook maravilhoso, ou o tipo de carro que você, seu pai ou qualquer pessoa na família ou amigos possuem. Essas informações não são de interesse de outras pessoas, a não ser para os criminosos, e colocarão você mesmo, seus familiares e seus amigos em perigo. 

Quando utilizamos as redes com responsabilidade, elas se tornam excelentes auxiliares para nossos objetivos sociais e profissionais. O mundo está em franco avanço acelerado de globalização econômica e social, e isto nos obriga a experimentar e usar todas as novidades tecnológicas que surgem constantemente e que estejam ao nosso alcance. Quando você pretende realizar uma negociação qualquer, seja comercial, profissional, etc., na maioria das vezes a outra pessoa lhe pergunta se você tem um site, um blogue, qual é o número do seu celular, se você utiliza alguma rede social, e se você disser que não usa pelo menos uma rede social, corre o risco de perder sua oportunidade de sucesso por não estar em dia com os recursos mais modernos. Nesse sentido, as redes sociais são importantes instrumentos na medida em que elas facilitam nossa interação entre pessoas, empresas e outras organizações. Isto significa ampliação de possibilidades de contatos, inclusive pessoais, entre profissionais da mesma área de atuação e/ou de diferentes áreas, entre profisssionais e clientes, entre empresas, entre empresas e clientes, etc. Vem daí a necessidade de saber escolher com quem você quer se contactar, de saber o que deve e o que não deve postar, etc. 

Vícios: como evitá-los?

"É possível uma pessoa viciar-se no uso de redes sociais?" Segundo psicólogos, psicanalistas e outros estudiosos de ciências do comportamento humano, sim, mas é possível também evitar o vício ou livrar-se dele. Eles dizem que se você não consegue passar mais de duas horas ou mesmo um dia sem consultar sua rede social, é muito provável que você esteja viciado. Para livrar-se do vício ou evitá-lo, recomenda-se que o usuário faça um cronograma de seu uso da rede social antes de cada vez que for usá-la e o siga rigorosamente. As principais recomendações são as seguintes:

1) Estabeleça um objetivo para visitar o site, seja o seu próprio perfil ou o de outra pessoa. 

Talvez você esteja apenas verificando se alguém lhe enviou uma mensagem ou postou algo em seu perfil. Cuidado! Geralmente são essas pequenas coisas que fazem o usuário passar mais tempo na rede. Limite-se a responder às mensagens, postagens e comentários que receber apenas quando você acessar a rede sem que seja necessariamente para procurá-los. Só as procure se você estiver à espera de alguma informação importante (para sua profissão, seu trabalho, etc.). 

2) Avalie para quê você se inscreveu na rede. Foi por razões profissionais? Para lembrar o aniversário de alguém? Por razões sociais? Seja qual for o motivo, você precisa ter certeza de estar usando sua rede e seu tempo para algo que lhe seja útil. 

3) Estabeleça o cronograma escrevendo por quanto tempo, com que frequência (quantas vezes por dia e por semana) e  para quê você utiliza o site. Anote o total de horas por dia e por semana e, se forem muitas (por exemplo, se forem mais de duas horas num mesmo dia) tente diminuir esse tempo nas próximas vezes. 

4) Escolha muito bem as pessoas com quem você quer se contactar. Não aceite contactos com pessoas que você não sabe quem são.

5) Não passe mais de 15 minutos respondendo a mensagens. 

6) Verifique sua rede cerca de 10 minutos por dia apenas para limpar SPAM e lixo. Durante esse tempo, NÃO RESPONDA A MESNAGENS, A COMENTÁRIOS, NÃO COMENTE OUTRAS POSTAGENS NEM FAÇA QUALQUER OUTRA COISA. 

7) Passe no máximo 30 minutos por dia lendo e respondendo a mensagens IMPORTANTES (não a quaisquer mensagens) do seu grupo. 

Se você não conseguir cumprir o cronograma, cancele seu perfil e abandone o site. 

A informação vem sendo amplamente divulgada

por revistas e sites especializados,

inclusive o da "Isto É - Dinheiro". 

As principais notícias de ontem e de anteontem nos telejornais tem sido com relação aos altos índices de demissões e de clientes que trocam de profissionais por cvausa das pasturas destes nas redes sicais. Há muito tempo os especialistas em mercado de trabalho, as próprias empresas, sites e revistas especializadas já vem alertando: atualmente, os fatores que mais tem causado desempregos, inclusive por justa causa, são certas postagens que as pessoas fazem em seus perfis no Facebook, no Orkut no Twitter, etc. Muitos usuários dessas redes continuam pensando que podem postar o que quiserem em seus perfis, mas não é bem assim. Quem diz o que quer, além de ter que ouvir ou ler como resposta o que não quer, terá que arcar com todas as consequências que poderão ser causadas pelo que postou. O mesmo é válido também para bate-papos, seja nas redes sociais, nos "mesengers" (MSN, Yahoo! Mesenger, etc.) ou em mensagens via e-mail. 

Casos de demissões causadas por postagens de textos, vídeos, comentários, etc., contendo palavrões, também são cada vez mais comuns. Além disso é preciso ter cuidados com fotografias: fotos em que o usuário da rede aparece com um copo, um cálice ou uma taça na mão, por exemplo, sempre dão a outras pessoas a impressão de que a pessoa está sempre "bebendo todas", como se costuma dizer por aí, mesmo que a bebida na foto seja um refrigerante ou simplesmente água. Piadas sobre baianos, mineiros, portugueses, também estão entre as principais causas de demissão de funcionários e de perdas de clientes por profissionais autônomos, pois causam a impressão de preconceito, mesmo que sejam apenas "brincadeira" ou "humor". Como vocês devem se lembrar, tornou-se amplamente conhecido, inclusive fora do Brasil, o recente caso da estagiária de direito que fez postagens no Twitter falando mal de nordestinos. Além de perder o estágio, a Ordem dos Advogados do Brasil manifestou-se duramente contra ela, e foram muitos os comentários espalhados também contra ela por todas as redes sociais, além de repercussões em jornais em outros países. 

"Falar mal da empresa é pedir para ser demitido"

O alerta publicado pela "Isto É - Dinheiro" deixa bem claro: falar da mal da empresa ou do órgão para o qual o funcionário trabalha é como pedir para ser demitido. Não se deve falar mal da organização nem mesmo num grupo entre amigos numa festa ou em torno da mesa de um bar. Por mais que seus amigos sejam confiáveis, a informação sempre "vasa" e, de alguma forma, chega à empresa. A demissão virá, e você será informado de que a causa foi a necessidade de corte de gastos da organização ou qualquer outra, mas a causa mesmo foi o fato de que você falou mal dela. Se você fizer isto através da internet, sua situação ficará ainda mais complicada: além de perder a confiança da própria empresa ou organização para a qual você trabalha, muitas outras empresas e organizações onde você poderia conseguir emprego já estarão sabendo o que você fez.

Fazer qualquer mensão contra a empresa ou a organização para a qual você trabalha é realmente como pedir para ser demitido, mesmo que você faça apenas um comentário pessoalmente a um amigo de sua confiança. Caso você tenha algo a dizer sobre suas condições de trabalho, ou qualquer coisa negativa relacionada à empresa, peça ao líder do departamento para o qual você trabalha para conversar, e fale sobre isto tão somente com ele, ninguém mais.   

Evite comentários e piadas sobre a sexta-feira, a segunda-feira, os feriados, etc. 

Muitos usuários do Facebook, por exemplo, publicam, "curtem" e compartilham aplicativos, comentários e piadas e outras mensagens do tipo "Ôba, hoje é sexta-feira", "O fim de semana chegou", ou lamentando a chegada da segunda-feira, o final de férias, o retorno dos feriados prolongados, etc. O usuário de qualquer rede social que age desta forma nunca poderá saber quais serão as reações de outras pessoas que verão essas postagens: muitos as acharão engraçadas, mas muitas também ficarão com a impressão de que, seja um(a) funcionário(a) ou um(a) profissional liberal, demonstrará não estar satisfeita com o trabalho que realiza. Esta é, portanto, mais uma forma de causar sua própria demissão ou afastar seus próprpios clientes.

Uso de Palavões

Também muitas demissões e o afastamento de clientes são causados pelo uso de palavrões nas redes sociais. Para o público em geral isto pesa muito contra a postura ética do profissional, e nenhuma empresa ou órgão público desejará manter entre seus funcionários alguém com sua imagem "arranhada" desta forma. Vídeos e fotografias com gestos obscenos, postagens de qualquer tipo e comentários com palavrões só servirão para prejudicar a própria pessoa que faz as postagens e quem as achar engraçadas ou apoiá-las de alguma forma. A pessoa que faz a postagem ou a comenta pode ter sua propria opinião a este respeito, mas precisa lembrar que, neste caso, o que conta não é sua opinião, mas as opiniões de muitas pessoas que a verão - clientes, pessoas ligadas direta ou indiretamente a seus patrões, etc. Alguns palavrões poderão ser a ruína de toda uma carreira.

Fazer publicidade de produtos e serviços

por meio de e-mail

é uma atitude antiética.

Além disso, 

é altamente prejudical 

para o próprio anunciante.

Se você quer usar a internet para conquistar clientes oferedendo produtos e serviços, enviar e-mails para pessoas que não conhecem você ou sua empresa é uma péssima ideia. Em primeiro lugar, porque é uma atitude anti-ética. Em segundo lugar, porque isto causa desagrado à maioria das pessoas que recebem essas mensagens. Neste caso, faço-lhe uma sugestão:

Geralmente quando alguém deseja adquirir um produto ou serviço e deseja informações através da internet, essa pessoa acessa pa´ginas como o Google Pesquisa, o Ask, o Yahoo Respostas, etc. e pede as informações desejadas. Portanto, crie um site, um perfil numa rede social (Facebook ou LinkedIn, por  exemplo) ou um blogue e inclua neles todas as informações que você deseja que sejam de conhecimento público, sobre você, suas atividades ou sua empresa e seus produtos e/ou serviços. A pessoa interessada encontrará seu blogue ou site através das pesquisas e, caso se interesse em obter mais informações, solicitar-lhe-á o envio de um e-mail ou pelo menos uma resposta pelo mesmo site, blogue ou pela rede social.

Para a maioria dos usuários da internet, encontrar entre os e-mails recebidos mensagens sobre algo que não lhes interessa ou não foi solicitado é  uma coisa extremamente chata. Portanto, se você tem produtos ou serviços a oferecer, o primeiro passo a ser dado não é fazer a sua oferta a qualquer pessoa, e sim às pessoas as quais sua oferta poderá interessar. Se você criar um site (como este que você está lendo agora) ou um blogue e colocá-lo à disposição para pesquisas no Google, no Ask, etc., suas chances de conquistar clientes potenciais será muito maior. Se você enviar e-mails que não lhe foram solicitados, a maioria das pessoas que receberão suas mensagens sempre se lembrará de você ou da sua empresa como "mais um daqueles chatos que estão sempre abarrotando a minha caixa de mensagens com e-mails que não me interessam." 

Expressões do tipo

"Ôba! Hoje é sexta!!!"

nas redes sociais

podem fazer pessoas pederem o emprego. 

Toda sexta-feira um enorme número de usuários do Twitter, do Orkut e do Facebbok fazem postagens com mensagens como "Ôba, hoje é sexta!!!", ou "Até que enfim é fim de semana". Quando ocorre um final de semana prolongado por um feriado, eles dizem escancaradamente "Beleza! Vigane s à vista" ou fazem postagens do tipo "Fui!". Acredite: isto já causou muitos desempregos.

A razão por que isto acontece é muito simples. Para muitas pessoas, podem ser simples expressões de quem tem dirieto ao descanso semana. Entretanto, também para muitas pessoas, isto significa descontentamento com o trabalho, e essa demonstração de insatisfação com certeza não é vista com bons olhos por donos de empresas, gerentes de departamentos, etc. Um dia desses, vi no perfil de um amigo no Facebook a seguinte postagem: "Finbalmente, graças a Deus, chegou o fim de semana. Eu postei um comentário à postagem dizendo-lhe: "Você tem todo o direito ao descanso semanal. Porém, antes de agradecer a Deus pelo final de semana que se aproxima, agradeça por estar empregado. Neste país há milhões de pessoas querendo poder dizer, "Que maravilha, graças a Deus hoje é segunda-feira e eu finalmente poderei começar a trabalhar". 

Tentando demonstrar carinho,

o rapaz fez um comentário no perfil da amiga

chamando-a de "bonequinha".

Ela reagiu e, 

educadamente,

deixou bem claro que não gostou

nem um pouco.  

Eu visitei o perfil de uma amiga numa rede social, e nele visualizei o comentário de um de seus contatos numa das postagens dela. Tentando demonstrar-lhe afeto, o rapaz a chamou de "bonequinha". A reação dela veio logo abaixo, dizendo que não é uma boneca, nem "mana"... (e aí veio um desfile de outros termos geralmente usados por rapazes nos comentários para mulheres no Facebook, no Twitter, etc.). A resposta veio educadamente, mas deixando bem claro que ela não estava disposta a permitir a continuidade de tal tratamento.

Em casos assim, reações como a daquela moça são de se esperar sempre, e são bem justificáveis: é óbvio que rapazes como aquele ainda têm muito a aprender com relação ao uso adequado de redes sociais. É evidente que lhes falta a noção de assertividade. Ou seja, de comunicação assertiva(*). Este é um conhecimento básico obrigatório, não somente para profissionais de comunicação, mas para qualquer pessoa, especialmente quando se trata de relacionamentos através da internet, por telefone ou seja como for, por maior que seja a intimidade entre as pessoas envolvidas. No caso de um comentário exposto no perfil de alguém numa rede social, esse cuidado tem que ser ainda maior, pois o texto estará exposto a outros amigos daquela pessoa, tal como no caso aqui mencionado. 

"Bonequinha", num caso como este, é um termo bem antigo que chegou ao Brasil através do cinema americano por volta dos anos 1950. O filme "Bonequinha de Luxo", hoje considerado um "clássico", é uma comprovação disto: o título se refere à personagem principal, uma jovem de família rica que era assim tratada pelos rapazes. A palavra "bonequinha" no título não pode ser considerada um preconceito, porque o objetivo do filme, embora fosse uma comédia, era mesmo atrair a atenção dos expectadores  contra o uso de termos machistas comuns na época. Machista, sim, porque embora muitos homens ainda hoje o usem apenas tentando demonstrar carinho pela mulher, na verdade a palavra "boneca" se refere àquele conhecido brinquedo de meninas. Ou seja, a expressão é, na verdade, uma forma de comparar a mulher a um brinquedo, algo que após ser muito usado pode ser guardado para voltar a ser usado mais tarde, ou que pode ser quebrado, descartado, jogado fora, etc. Quando as mulheres reagem ao serem tratadas com termos assim, elas têm razão. Elas não são briquedos, são seres humanos e querem ser tratadas e respeitadas como tal. Com carinho, mas como pessoas, não como objetos.

Nos sites de relacionamento - como também são chamadas as redes sociais - também devem ser evitados termos como "princesa", "minha deusa", "mana", etc. Talvez você seja um amigo muito íntimo da mulher com quem você se relaciona, mas os demais amigos dela não tem noção dessa intimidade. Isto certamente a colocará numa situação social bem desagradável - e a você também, por demonstrar intimidade demais  em comentários e postagens que podem ser vistas por várias pessoas além dela.

Volto a dizer o que já tenho dito através de outros artigos: em qualquer postagem feita numa rede de relacionamentos, seja nos perfis de amigos ou no seu próprio perfil, a assertividade não é apenas muito importante: é absolatamente imprescindível. É necessária.  

(*) Neste mesmo site você encontra um artigo explicando o que é "comunicação assertiva".

Basta observarmos

o que as pessoas

publicam nas redes sociais

para percebermos claramente

que a maioria necessita muito

aprender noções de comunicação assertiva.  

Coontrolar o que se publica num jornal, numa revista, ou o que se divulga através da televisão ou do rádio torna-se mais fácil porque as divulgações por esses meios são feitas por profissionais de comunicação. Ou seja, por pessoas profissionalmente preparadas para utilizar veículos de informação e comunicação. São profissionais familiarizados com o que se chama "comunicação assertiva". Porém, atualmente a Internet é, sem dúvida, o veículo de comunicação mais influente do mundo, e mais de 90 por cento de seus usários não são profissionais de comunicação. Se muitas vezes os melhores profissionais cometem equívocos - pois são seres humanos normais, não infalíveis - com certeza são muitos os equívocos cometidos pelos não profissionais de comunicação. O que ocorre é que esse problema não está ocorrendo na TV ou no Rádio, mas em páginas da Internet que podem ser acessadas por qualquer pessoa em qualquer lugar do mundo, nos locais de trabalho, nas escolas e nas residências. São informações sem qualquer base de fidelidade em blogues e sites, postagens indevidas nas redes sociais - inclusive informações pessoais - e muitos outros descuidos que são cometidos por grande número de usuários.

À medida em que a tecnologia da informação e da comunicação avança - e está avançando cada vez mais rapidamente - aumentam os nossos motivos de preocupação quanto a isto. As novidades tecnológicas chegam muito rapidamente ao alcance de pessoas que ainda não estavam preparadas nem para as tecnologias anteriores, muito menos para as mais recentes. Mas o que mais se evidencia não é o desconhecimento técnico, mas o despreparo das pessoas em lidar com o público. Dependendo das razões pelas quais as pessoas usam a Internet, não é necessário que todas sejam profissionais de comunicação, mas todas tem a obrigação de aprender e utilizar regras de comunicação assertiva, inclusive para evitar problemas graves para elas mesmas. 

"Assertividade" é a capacidade de uma pessoa exercer seu direito de expressar opiniões, dar infomações ou publicar o que desejar, mas dentro dos limites do respeito às outras pessoas que poderão ter acesso a esses dados. Quando uma pessoa faz uma publicação ou "postagem" na Internet, seja num blog, num site ou em seu perfil numa rede social (Facebook, Orkut, Twitter, etc.), ela precisa ter em mente que sua publicação poderá ser vista por pessoas de nacionalidades diferentes, culturas diferentes, religiões diferentes, níveis sociais diferentes, ideologias políticas diferentes, faixas etárias diferentes, raças diferentes e principalmente opiniões diferentes. Toda pessoa tem direitos e obrigações, e a pessoa que tem o direito de fazer suas publicações (fotos, desenhos, opiniões, etc.) em seu perfil nas redes sociais tem que lembrar que não está fazendo postagens para si mesma, mas para outras pessoas as verem. Tem, portanto, a obrigação de respeitar as diferenças.  Essa obrigação deve ser observada ainda mais quando são feitas postagens em grupos de amigos como os que são formados, por exemplo, no Facebook.

Além disso, a pessoa que posta numa rede social o que quiser já estará dando às demais pessoas, autimaticamente, o direito de responderem ou reagirem também como quiserem. Se você posta, mesmo que seja em seu próprio perfil, uma mensagem, um vídeo, uma foto ou qualquer outra coisa que, de alguma forma, cause constrangimento, indignação ou qualquer outro tipo de reação a outra pessoa (mesmo que esta não tenha sido sua intenção), você já estará dando autimaticamente a esse pessoa todo o direito que ela tem, de responder através de um comentário da forma como ela quiser, revelando seu descontentamento desde que não seja de forma agressiva.

Em resumo: a comunicação assertiva não é uma questão de escolha, é uma obrigação. Todos nós somos obrigados a praticá-la, na Internet e na vida. Mais do que uma forma de comunicação, ela é um exercício de cidadania. 

Frequentemente as palavras "comunicação" e "informação"

são usadas como sinônimas.

No entanto existem muitas diferenças entre as duas coisas.

Na portaria do edifício em que você mora, você encontra, afixado em algum lugar, um papel contendo uma mensagem do responsável pelo condomínio dirigida aos moradores iniciando da seguinte forma: "Comunico aos proprietários ou inqulinos dos apartamentos existentes neste edifício...". Onde está o erro contido na mensagem? Resposta: no uso da palavra "comunico". Neste caso a palavra utilizada corretamente seria "informo". A comunicação só se estabelece depois que houver pelo menos uma resposta à primeira informação, ou seja, quando há trocas de informações entre as pessoas envolvidas. Como numa conversa, por exemplo. No exemplo citado aqui, a comunicação só existirá depois que pelo menos um morador do edifício responder à informação afixada. 

Em razão disto, entre os profissionais de comunicação social, discute-se muito se é correto considerar a televisão e o rádio, por exemplo, como meios (ou veículos) de comunicação. Na minha opinião, atualmente a televisão é um meio ou veículo de comunicação, mas até alguns anos atrás era apenas de informação. As pessoas recebiam uma informação pela televisão e não tinham como respondê-la imediatamente, portanto a comunicação não se concretizava. Hoje, porém, o telespectador pode assistir a um programa (um debate, uma entrevista, etc.) e ao mesmo tempo, graças à internet, acessar o site da TV e enviar imediatamente comentários, perguntas, sugestões, etc., como respostas às informações que recebeu. Isto é, o telespectador pode interagir com os participantes do programa. Portanto, hoje a TV é um meio de comunicação.

No caso do rádio isto também já acontece. Mas o rádio, diferentemente da televisão, já é um veículo ao mesmo tempo de informação e de comunicação há décadas, graças ao fato de os ouvintes poderem participar dos programas conversando com os apresentadores através do telefone no ar. Por telefone, os ouvintes fazem perguntas durante uma entrevista, buscam sanar dúvidas sobre uma dada informação, pedem uma música, mandam recaddos para outros ouvintes, etc. Isto é comunicação.

A informação é uma mensagem dada sem que haja uma resposta imediata. A comunicação é a troca imediata de informações, de ideias, de opiniões, etc. Atualmente não há dúvida alguma de que o veículo de informação e de comunicação mais usado no mundo, e por isto o mais influente, é a internet. Pelo que se percebe de imediato, a rede internacional de computadores permanecerá nesta posição por um tempo mais longo do que possamos imaginar.